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Heartstopper: a série de uma adolescência LGBTQIA+ digna

  • Foto do escritor: Mauro Soave
    Mauro Soave
  • 14 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura


Série da Netflix baseada em quadrinhos homônimos de Alice Oseman conta a história de um grupo de adolescentes centralizado no relacionamento entre Charlie e Nick. A serie trata de temas ligados à adolescência, mas com enfoque na vivência LGBTQIA+, de maneira doce, mas sem evitar os temas tristes e espinhosos.


Heartstopper é uma serie voltada ao público jovem adulto. Sua classificação etária é de acima de 12 anos e possui, na data de publicação desse artigo, 16 episódios divididos em 2 temporadas.


# Pare de ler aqui se quiser evitar spoilers#


A série conta a história de dois adolescentes, Charlie e Nick, que se apaixonam na escola e todo o desenrolar disso. No caso, uma escola só para rapazes. Apesar do início da história ser um lugar comum dos romances gays, a história se desenvolve de maneira doce, colorida e com emoções típicas da adolescência: a revelação de que está gostando de alguém aos amigos, o primeiro beijo, o mistério se o sentimento é recíproco e um plus: será que ele também gosta de outros meninos?


A riqueza de Heartstopper está em retratar as diferentes vivências da sigla LGBTQIA+, suas relações entre si e o mundo, de maneira positiva, ou seja, relações possíveis em um mundo aberto e minimamente tolerante. Sim, há o maldito preconceito na série tanto externo: homofobia, transfobia, bifobia, bullying, entre outros, principalmente, mas não restrito ao ambiente doméstico e escolar, quanto interno: a homofobia internalizada também é retratada, assim como as consequências nefastas do estresse de minoria. Heartstopper nos lembra que, mesmo em lugares de relativa tolerância, as pessoas LGBTQIA+ ainda estão expostas às mazelas do preconceito, da discriminação e de suas consequências, pois a vida não se restringe a apenas um ambiente.


Ainda assim, a possibilidade de vivenciar um amor sem questionamentos quanto à sua realidade, por exemplo, quando os meninos são pegos aos beijos, são questionados sobre a pertinência deles na escola, e não de que não podem se beijar porque são duas pessoas do mesmo gênero. Isso normaliza a vivência dos afetos e torna a série praticamente um conto de fadas.


Se levando em conta que a homossexualidade foi retirada do rol de transtornos mentais, e, portanto, passível de cura ou tratamento, em 1999 e a transexualidade iniciou esse caminho em 2018 por normativa da Organização Mundial da Saúde.


A normalização dessas vivências é bem-vinda, tanto para a população LGBTQIA+ quanto para aqueles que se preocupam com eles, principalmente a família. Para quem é LGBTQIA+ é um sonho ver como poderia ter sido desfrutar de um romance na adolescência (o que não é comum), ter um grupo de amigos que compreende e compartilha de suas visões e vivências. O armário, em Heartstopper é um lugar um pouco maior e mais aconchegante que o armário solitário da vida real. E para as famílias e amigos para que entendam que afetos são afetos e dizem respeito somente a quem o vive.


Há muitas camadas ainda que podem ser exploradas em Heartstopper, como a educação afetiva na adolescência, limites entre si e o outro, dedicação excessiva ao relacionamento em detrimento de outros aspectos da vida, mas isso é tratado em outras séries, filmes e livros, na vivência hétero e cis. Heartstopper se diferencia por tratar disso numa vivência LGBTQIA+ gostosa e que aquece os corações sofridos.

Recomendo muito.


1件のコメント


camis
2023年8月16日

Heartstopper: TUDO PRA MIM!

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